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A reestruturação organizacional deve passar, inicialmente, por uma abordagem BPM

  • O BPM oferece uma abordagem para o alinhamento dos processos da organização com os seus stakeholders;
  • Como promotor da informatização e automação das empresas, o BPM é a chave integradora entre a tecnologia e a organização.

A implementação de abordagens de gestão de processos de negócio (do inglês Business Process Management – BPM) tem sido utilizada extensivamente no alinhamento dos processos de uma organização com os requisitos dos diferentes stakeholders, designadamente clientes, fornecedores, colaboradores, administradores e investidores. Vista como uma metodologia que promove a eficácia e a eficiência organizativa, o BPM é facilmente adoptado pelas organizações, dada:

i) a facilidade com que implementa o ciclo de gestão PDCA (do inglês Plan-Do-Control-Act);
ii) as ferramentas de operação que implementa, nomeadamente o mapeamento das actividades da organização em processos estruturados e inteligíveis, e a uniformização da informação produzida;
iii) os mecanismos de controlo e actuação, nomeadamente o desenvolvimento de KPIs;
iv) a filosofia subjacente de optimização e melhoria contínua e forte adaptabilidade a mudanças nos processos de negócio.

Com base nestas características, a implementação de BPM é considerada essencial para a reestruturação de uma organização, dado o âmbito de intervenção, que contempla a totalidade das operações da organização, e a uniformização de artefactos, o que permite uma análise integral e estruturada dos processos. Adicionalmente, o BPM implementa, desde logo, os alicerces para as necessidades da gestão de actividades e recursos com base em dados produzidos em tempo real – no que hoje é referido como Inteligência Operacional.

Como promotor da informatização e automação das empresas, sendo referido como a chave integradora entre a tecnologia e a organização, o BPM conjuga a necessidade de integração de diferentes fontes de informação com a necessidade de uma, cada vez maior, capacidade de adaptabilidade das organizações, o que leva ao acoplamento do BPM com outras tecnologias de desenvolvimento e suporte como, entre outros, o SOA (Service Oriented Architecture), o BI (Business Intelligence) e os serviços Cloud. As organizações reagem a esta oportunidade exigindo plataformas que permitam a gestão das suas actividades e serviços orquestrada por processos, coordenando os fluxos de trabalho em modelos de B2B e B2C, de uma forma integral e em tempo real. As plataformas de BPM passaram a contemplar mecanismos de integração com ERPs, CRMs e Gestão Documental, ou, em alternativa, disponibilizar, num único pacote, os módulos corporativos necessários à organização.

Por outro lado, o BPM apresenta-se, também, como a pedra basilar para a introdução de diferentes métodos de gestão complementares, como o Six Sigma, o Lean ou a Gestão por Objectivos. O potencial de mudança operacional associado a estes métodos de gestão requer que os colaboradores conheçam a realidade da sua organização de uma forma estruturada, e que esse conhecimento não se restrinja apenas às suas actividades mas ao todo da organização. Os modelos, os fluxos de trabalho e de informação, as regras e as métricas de desemprenho disponibilizadas pelo BPM são fundamentais para a introdução de novos modelos de gestão e para a respectiva adaptação da organização a um processo de mudança.